Com o tema RONDA DO QUARTEIRÃO: um “acontecimento” na política
de segurança pública? o então mestrando, e hoje Dr. Emanuel Bruno Lopes de Souza sob orientação da Profª Drª.
Maria Glaucíria Mota Brasil, em 2008 fazem uma abrangente análise da política pública implantada pelo governo cearense. A leitura do texto é muito oportuna aos potiguares interessados no tema segurança pública, especialmente porque o governo do RN lançou no dia 22 de julho de 2015, o programa "Ronda Cidadã" inspirado também pelo modelo de policiamento comunitário utilizado no " Ronda do Quarteirão".
O autor ressalta em suas conclusões que : "Mesmo com suas limitações administrativas e operacionais, a verdade é
que o programa Ronda do Quarteirão, com suas “ações de presença”, não traz
em seus quadros heróis com super-poderes capazes de resolver todos os
problemas que fazem parte da comunidade em seu cotidiano de trabalho. São
homens e mulheres com suas limitações e potencialidades, podem ao mesmo
tempo em suas ações cometer erros e acertos. São policiais que necessitam de apoio e colaboração institucional com ações que valorizem e incentivem
esses profissionais para o exercício digno de suas funções, tendo em vista o
papel que a sociedade democrática exige das forças policiais.
Momentos importantes já foram assegurados, como a reconstrução da
imagem policial junto a sociedade e a construção de um sentimento de
segurança gerado pela aproximação dos policiais do Ronda com a população.
Há, que se dizer ainda, que os policiais estão envolvidos em um cenário
caracterizados por incertezas e alguns desafios que se não forem superados
podem comprometer o sucesso do programa."
Sobre a relação entre comandantes e comandados, e a importância desta para a sociedade, o pesquisador cearense alerta que: "Novas formas de gerenciamento das atividades policiais de rua precisam
ser levadas em consideração, o que modifica a natureza da relação entre
comandantes e comandados, com necessidade de redefinir os atuais modos de disciplina e hierarquia, o que não aconteceu com a criação do Ronda, basta ver
a falta de autonomia dos policiais para participar como interlocutores na
pesquisa que subsidiou o presente trabalho. Segundo alguns dos policiais
abordados e que se negaram a participar, a justificativa é que não estavam
autorizados a participar pois precisavam de autorização dos comandos."
Leia a dissertação na íntegra neste link : RONDA DO QUARTEIRÃO: um “acontecimento” na política de segurança pública?
Emanuel Bruno Lopes de Souza é Doutorado em Política Social pela Universidade Federal Fluminense (2014), Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade (2008) e Graduação em Serviço Social (2005) pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Tem atuado nas seguintes áreas: Políticas de segurança pública, práticas policiais, controle interno da atividade policial, policiamento comunitário, violência e educação em direitos humanos. Atualmente é Assistente Social da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) atuando nas áreas: Serviço Social na educação, Política estudantil, ações afirmativas e direitos sociais. (Texto informado pelo autor)
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